27 de março de 2024

Brasileiros começam bem no em Portugal

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Os brasileiros começaram muito bem na penúltima etapa do World Surf League Championship Tour 2019. O MEO Rip Curl Pro Portugal foi iniciado na quinta-feira de mar difícil para competir, com poucas ondas boas entrando nas séries de 3-4 pés em Supertubos.

Gabriel Medina. Poullenot/WSL

Mesmo assim, Gabriel Medina começou a corrida pelo tricampeonato mundial antecipado em Peniche, com os recordes do primeiro dia, nota 8,17 e 14,67 pontos. Outros três brasileiros também ganharam as maiores notas do dia, Yago Dora com 7,23 na vitória sobre o defensor do título da etapa portuguesa, Italo Ferreira, que conseguiu um 7,17 para passar em segundo, mesma nota recebida depois por Filipe Toledo.

Os quatro e mais seis brasileiros passaram direto para a terceira fase e só um caiu para a repescagem. As disputas decisivas nesta reta final da temporada continuam na sexta-feira, às 8h00 em Portugal, 4h00 da madrugada no Brasil.

“Eu fico feliz por ter passado minha primeira bateria aqui, que foi bem complicada, porque o mar está bem difícil”, destacou Gabriel Medina, após a vitória sobre o francês Joan Duru e o português Miguel Blanco. “Estou feliz pela minha performance, por ter conseguido achar algumas ondas para fazer as notas que precisava para vencer. Agora é um momento importante do ano, pois tem essa etapa e depois só mais uma no Havaí. Estou preparado, me sentindo bem e seja o que Deus quiser. Eu quero passar algumas baterias para ficar mais difícil para os outros caras, mas estou pronto pro Havaí também, se não conseguir o título aqui”.

Filipe Toledo; Foto: Damien Poullenot/WSL

Medina estreou na sexta bateria do dia e não começou bem, falhando nas primeiras ondas que surfou. O francês Joan Duru, vice-campeão na final contra o potiguar Italo Ferreira no MEO Rip Curl Pro Portugal do ano passado, largou na frente com nota 4,5, enquanto Medina seguia errando as manobras nas ondas difíceis de surfar em Supertubos na quinta-feira.

Mas, o bicampeão mundial achou uma direita que formou a rampa para mandar um aéreo full rotation com boa altura e grande amplitude que valeu nota 8,17, a maior do dia. Na onda seguinte, conseguiu um 6,50 para fazer outro recorde da primeira fase, 14,67 pontos. Joan Duru passou em segundo lugar com 8,60 e Miguel Blanco ficou em último com 6,80.

Antes de Medina fazer sua primeira apresentação em Peniche, cinco concorrentes ao título mundial já haviam estreado e todos passado direto para a terceira fase. O vice-líder, Filipe Toledo, competiu antes do número 1 do Jeep Leaderboard e achou um belo tubo nas esquerdas de Supertubos logo na primeira onda, para liderar toda a bateria com a nota 7,17 recebida. Depois, só conseguiu um 4,53, que foi suficiente para vencer por 11,70 pontos, contra 9,56 do português Vasco Ribeiro e 9,33 do havaiano Ezekiel Lau.

“O mar está realmente complicado e pegar a onda certa logo no início, lhe dá muita confiança para o restante da bateria”, disse Filipe Toledo. “Eu me concentrei em pegar ondas que dessem para fazer uma ou duas manobras fortes e deu certo. Fiquei sem surfar nos últimos quatro dias e a dor nas costas continua indo e voltando, mas consegui competir bem. Definitivamente, não é a perna europeia que eu esperava, mas estou tentando não colocar muita pressão em mim”.

Dobradinha brasileira: Ítalo e Yago avançam

Yago Dora. Foto: Laurent Masurel/WSL

Essa nota 7,17 do Filipe igualou a do aéreo que o defensor do título do MEO Rip Curl Pro Portugal, Italo Ferreira, tinha conseguido no terceiro confronto do dia, encerrado com uma dobradinha brasileira. O catarinense Yago Dora começou bem com nota 6,33 e depois ganhou um 7,23 para fazer o segundo maior placar da quinta-feira, 13,56 pontos. O potiguar somou o 5,20 da sua última onda para confirmar sua classificação por 12,37 a 8,37 pontos do português Frederico Morais, que terá uma nova chance na repescagem.

“Às vezes, você precisa improvisar e foi o que fiz, então estou feliz por ter dado certo”, disse Yago Dora. “As ondas estão bem difíceis, então tentei me concentrar em fazer uma grande manobra, ou duas, se pudesse. Esse lugar é superdivertido, com boas ondas em várias praias e espero que Supertubos melhore nos próximos dias para o show ficar mais bonito”.

A participação brasileira foi quase perfeita na quinta-feira. Nas dez baterias que eles disputaram, ganharam oito. Desde a primeira, com o catarinense Willian Cardoso batendo um dos concorrentes ao título mundial, o japonês Kanoa Igarashi, até a última, com o cearense Michael Rodrigues tirando o primeiro lugar de Kelly Slater com a nota 7,00 da penúltima onda que surfou na última bateria da primeira fase. Além de Willian Cardoso, mais dois brasileiros derrotaram surfistas que estão na briga pelo título mundial esse ano.

Batendo favoritos: Ibeli vence nº 3 do mundo, Jordy Smith

Caio Ibelli. Foto: Laurent Masurel/WSL

O número 3 do ranking, Jordy Smith, foi batido pelo paulista Caio Ibelli por 10,84 a 8,30 pontos. Mas, o sul-africano avançou em segundo lugar, pois o jovem americano Crosby Colapinto só conseguiu somar 5,17 pontos. Já o potiguar Jadson André, mandou o sétimo do ranking, Owen Wright, para a repescagem numa bateria fraca de ondas, vencida por outro australiano, Jack Freestone. Ele totalizou 10,30 pontos, contra 9,53 do Jadson e 8,73 do favorito, Owen Wright, que terá que passar pela repescagem em Portugal.

Na disputa seguinte, o paulista Deivid Silva atingiu 11,34 pontos para superar dois destaques da etapa encerrada na semana passada. O campeão do Quiksilver Pro France, Jeremy Flores, avançou em segundo com 9,16 pontos, contra 6,43 do italiano Leonardo Fioravanti, que foi semifinalista em Hossegor. Aí veio a primeira e única derrota do Brasil em último lugar, do paulista Jessé Mendes, para o australiano Julian Wilson e o californiano Conner Coffin.

Mas, o paranaense Peterson Crisanto recolocou o Brasil no trilho das vitórias, com os 11,04 pontos que totalizou contra 8,77 do australiano Adrian Buchan e 5,47 do havaiano Seth Moniz. Depois, o cearense Michael Rodrigues fechou a primeira fase do MEO Rip Curl Pro com vitória sobre a fera Kelly Slater. A nota 7,00 recebida nos minutos finais, confirmou a virada no placar para 12,27 a 11,00 pontos e o taitiano Michel Bourez ficou em último com 8,06.

Surpresa no feminino: Lakey Peterson cai para repescagem

Silvana Lima. Foto: Damien Poullenot/WSL

Na categoria feminina, também teve uma surpresa, com a mais forte concorrente para impedir o tetracampeonato da havaiana Carissa Moore, caindo para a repescagem como Owen Wright. A norte-americana Lakey Peterson perdeu por sete centésimos, 10,33 a 10,26, a disputa pela segunda vaga direta para as oitavas de final para Nikki Van Dijk, na bateria vencida por outra australiana, Macy Callaghan, por 12,60 pontos.

Ao contrário de Lakey, Carissa fez os recordes femininos no confronto seguinte, somando notas 7,67 e 6,33 na vitória por 14,00 pontos, contra 9,00 da cearense Silvana Lima que avançou em segundo lugar e 7,37 da outra havaiana da bateria, Alana Blanchard. As outras duas concorrentes ao título mundial também estrearam com vitórias em Supertubos, a australiana Sally Fitzgibbons no confronto que abriu a primeira fase e a californiana Caroline Marks, que entrou no mar logo após os recordes de Carissa Moore.

Silvana Lima já está nas oitavas de final, mas a outra brasileira da elite, Tatiana Weston-Webb, terá que passar pela repescagem. A gaúcha competiu no penúltimo confronto do dia, que terminou com as três surfistas praticamente empatadas na casa dos 11 pontos. A brasileira tirou a maior nota, 7,50, porém somou um 3,57 e foi superada por 11,10 a 11,07 pela australiana Bronte Macaulay. A vencedora foi a californiana Courtney Conlogue com 11,90.

Fonte: João Carvalho – WSL Latin America Media Manager

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