CBSurf Navegantes Festival decide mais 12 títulos da Confederação Brasileira de Surf

O CBSurf Navegantes Festival decidiu mais 12 títulos brasileiros no domingo, completando 30 campeões e campeãs nacionais da Confederação Brasileira de Surf consagrados nessa semana em Navegantes, Santa Catarina. Nas categorias principais, Carlos Bahia conquistou o pentacampeonato e Chloé Calmon já tinha garantido o tetra no Longboard, Luiz Diniz e Gabi Sztamfater ganharam no SUP Surf e Guilherme dos Reis e Moah Jessika venceram tudo no SUP Race, que fechou o Festival de Surf na Praia Grande. Todas as competições disputadas desde segunda-feira, foram transmitidas ao vivo no CBSurf.org.br pelo canal CBSurfPLAY no YouTube.

     A primeira decisão a ser realizada no domingo de céu nublado, frio e boas ondas no mar mais liso na Praia Grande, foi a do Longboard Feminino. A bateria final foi um verdadeiro clássico da modalidade, entre a heptacampeã brasileira Atalanta Batista de Pernambuco e a carioca Chloé Calmon, que já havia garantido o tetra por antecipação na sexta-feira. Mas, Chloé ainda tinha um último objetivo, de ser campeã invicta de 2025, ganhando as três etapas da temporada. E sacramentou a conquista, com a vitória no CBSurf Navegantes Festival por uma larga vantagem de 12,90 a 5,07 pontos.

     “Hoje foi o melhor dia de ondas da semana, tava bem clean o mar e com esquerdas pra fechar com chave de ouro”, disse Chloé Calmon. “Hoje eu acordei tranquila, serena, com o coração em paz e me diverti bastante na água, realmente. Acho que a forma como eu surfo, é consequência de como eu me sinto, então to muito feliz. No início do ano, quando eu decidi voltar a competir e vi o calendário da CBSurf, não imaginava que o resultado no final fosse esse, então estou muito feliz”.

     Chloé Calmon decidiu se afastar das competições no ano passado, após três vice-campeonatos mundiais, três títulos sul-americanos e três brasileiros. Ela retornou esse ano, justamente na primeira etapa do Circuito da Confederação Brasileira de Surf, ganhando em Saquarema (RJ), em Estância (SE) e agora em Navegantes (SC). A pernambucana Atalanta Batista, também tricampeã sul-americana e recordista com sete títulos brasileiros, foi semifinalista nas outras duas etapas e vice-campeã no CBSurf Navegantes Festival.

     “Estou muito feliz de estar de volta depois de algumas lesões. Tive um acidente em abril, passei um tempo parada, então poder chegar na final com toda garra, força e a torcida da minha família, pra mim é muito gratificante”, disse Atalanta Batista. “O importante é que estou viva na competição, me recuperando e tem muito surf ainda pra rolar. Obrigado a todo mundo que tava na torcida, parabéns a Confederação pelo grande evento e só tenho que agradecer a Deus por estar aqui”.

TRÊS TÍTULOS DECIDIDOS NA GRANDE FINAL DO CBSURF NAVEGANTES FESTIVAL

     A carioca Chloé Calmon já havia garantido o tetracampeonato na sexta-feira, mas três títulos só foram decididos nas finais do CBSurf Navegantes Festival. O primeiro foi do Longboard masculino, com o paulista Carlos Bahia dominando a bateria contra o capixaba Alexandre Escobar desde o início. Quem ganhasse, ficaria com o título de 2025 e Carlos Bahia deu um show numa onda que valeu nota 7,00. Na seguinte, somou 5,90 para vencer por 12,90 a 9,17 pontos e festejar o pentacampeonato brasileiro. Os outros foram em 2006, 2017, 2020 e 2022.

     “Como sempre digo, as coisas pro Carlos Bahia são sempre difíceis, tem um degrauzinho a mais e eu não desisto nunca, sempre falo isso pra minha esposa, Vanessa”, disse Carlos Bahia. “Eu dedico essa vitória a minha família, a Vanessa, a Aylla, a Dê, a Guigaga, eu sou um homem de quatro mulheres que lutam muito por mim. E também todo meu time, meus amigos, pelo que fazem para eu estar aqui mostrando o que gosto de fazer. Tem também o João Paulo Diniz, que sempre acreditou na minha carreira desde pequeno e está lá em cima brilhando com minha mamãe, sempre mandando as ondas boas pra mim e agora posso gritar que sou pentacampeão”.

GABI SZTAMFATER COMEMORA O TRICAMPEONATO BRASILEIRO NO SUP SURF

     A terceira decisão do domingo terminou com um grande suspense, pelas notas das últimas ondas surfadas pelas duas concorrentes ao título de campeã brasileira do SUP Surf. A disputa foi bastante acirrada entre as duas competidoras de Ubatuba (SP). A pentacampeã brasileira Aline Adisaka, tirou a maior nota da bateria, 4,73. Mas, na soma das duas computadas, Gabi Sztamfater conseguiu o seu terceiro título. Foi por pouco, 8,47 a 8,03 pontos, com Gabi repetindo o feito de 2022 e 2023 com a vitória no CBSurf Navegantes Festival na Praia Central.

     “Que difícil. Foi muito tempo da bateria sem saber as notas e fiquei um pouco confusa. Mas a sorte que dei, foi ter trocado a minha última nota ali numa batida”, contou Gabi Sztamfater, sobre a nota 4,30 que garantiu a vitória. “Foi essa onda que me salvou e estou muito feliz de ter deixado o título aqui. É o meu primeiro título com apoio do Marco (marca de prancha em Navegantes) e ganhar aqui na cidade dele, é muito importante pra mim. Eu queria muito dar esse retorno para ele e consegui, então estou muito feliz”.

AÉREO REVERSE CONFIRMA O TÍTULO BRASILEIRO PARA LUIZ DINIZ NO DESEMPATE

     Na decisão do título do SUP Surf masculino, Luiz Diniz começou forte, atacando uma boa onda com batidas e rasgadas, que receberam nota 8,00 dos juízes, a maior da modalidade no CBSurf Navegantes Festival. O também paulista Leonardo Gimenes chegou a assumir a liderança, com as notas 6,50 e 6,83 que conseguiu em suas primeiras ondas. Mas no final, Luiz Diniz arriscou um aéreo reverse, completou o voo e ganhou nota 6,17, para sacramentar a vitória por 14,17 a 13,33 pontos. Os dois terminaram empatados no ranking com 2.590 pontos e Luiz Diniz ficou com o título brasileiro por ter vencido uma bateria a mais na temporada, a da final em Navegantes.

     “Começar a bateria com um 8,00, foi essencial pra manter a calma e o controle”, disse o tetracampeão mundial, Luiz Diniz. “Depois eu fui fabricando, fabricando, mas tomei uma virada ainda. Só que veio uma ondinha ali com pouco potencial, mas coloquei toda a minha energia, consegui extrair o meu melhor, soltar minhas manobras progressivas, completei o aéreo e isso fez com que eu me consagrasse campeão não só da etapa, como do Circuito Brasileiro. Fazia muitos anos que eu não vencia uma etapa, agora consegui matar dois em um. Eu tinha sido campeão brasileiro em 2022, nos dois últimos anos bati na trave, mas fui campeão dessa vez”.

SUP RACE TECNICO FECHA O CBSURF NAVEGANTES FESTIVAL NA PRAIA CENTRAL

     Após o término das competições nas ondas da Praia Central, as corridas do SUP Race Tecnico fecharam com muita emoção o CBSurf Navegantes Festival no domingo. Esta categoria consiste em uma corrida de velocidade, com largada da areia, para percorrer três vezes um percurso com cerca de 1 Km, contornando três boias no mar e uma na areia, tendo que sair da água carregando o pranchão e o remo. Foram realizadas duas corridas e a primeira foi a feminina, vencida pela mesma campeã do SUP Race Longa Distância, a paulista Moah Jessika.

     “Eu ganhei a prova de Longa Distância, a prova Técnica agora e virei campeã brasileira de Longa Distância, campeã brasileira Técnica e campeã Overall, que é a soma de todas as provas. Então vou sair daqui com 100% de aproveitamento e estou muito feliz”, disse Moah Jessika. “Acho que todo treinamento durante o ano, valeu super a pena. Na verdade, demora um pouco as vezes pra ligar o cérebro. A gente começa a prova fazendo força, mas o cérebro ainda não situou, aí perdi um pouco da concentração e acabei caindo da prancha. Depois então, eu não poderia mais errar e usei minha técnica nas ondas pra ganhar a prova”.

UMA DISPUTA EMOCIONANTE DECIDIU O TÍTULO DO SUP RACE TECNICO MASCULINO

     No SUP Race Tecnico masculino, a batalha foi quase prancha a prancha durante os 3 Km, entre os paulistas Guilherme dos Reis e Eri Tenorio, que defendia os três títulos de campeão brasileiro na prova de Longa Distância, Técnica e do Overall. Só que no CBSurf Navegantes Festival, quem ganhou tudo foi Guilherme dos Reis com muita força na remada e para contornar as boias com uma técnica perfeita. Ele só conseguiu um pouco mais de distância na reta final, após passar pela terceira boia e seguir em direção a praia, para atravessar o portal da chegada.

     “Primeiro de tudo, quero agradecer a todas as pessoas que estão acompanhando a gente e o nosso esporte”, destacou Guilherme dos Reis. “É muito bom competir em um nível nacional tão alto e o Eri (Tenorio) é uma referência internacional pra gente. Estou muito feliz por ter ganho aqui em Navegantes. Foi uma disputa muito dura do começo ao fim, mas eu não desisti e estou muito feliz de ser o novo campeão brasileiro de 2025”.

CAMPEÕES DAS OUTRAS CATEGORIAS NA MESMA PROVA DO SUP RACE TECNICO

     Na mesma corrida, foram definidos outros campeões e campeãs divididos por idades. Os paulistas Guilherme dos Reis e Moah Jessika atravessaram o portal de chegada na Praia Central na frente. Moah também se sagrou campeã da categoria de quem já completou 40 anos, junto com o paulista Luiz Guida. Na dos 50 anos, o vencedor foi André Oliveira. No SUP Race Sub-18, os catarinenses João Neumann e Rebeka Klotz foram os campeões.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CBSurf – João Carvalho

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