21 de novembro de 2024

Surfistas da Califórnia vencem os dois títulos do Rip Curl Pro Bells Beach na Austrália

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Cole Houshmand conquista sua primeira vitória,. A final foi 2% Crew com o líder Griffin Colapinto, Caitlin Simmers bateu a francesa Johanne Defay e o próximo CT começa no dia 11 em Margaret River

Cole Houshmand e Caitlin Simmers são os novos campeões do Rip Curl Pro. Foto: @WSL/Aaron Hughes.

Os dois títulos do Rip Curl Pro Bells Beach apresentado por Bonsoy foram vencidos por surfistas da Califórnia. Caitlin Simmers, de 18 anos apenas, derrotou a francesa Johanne Defay, 30, na onda surfada nos últimos segundos da final, que valia a liderança no ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2024. E o estreante na elite, Cole Houshmand, 23 anos, conquistou a sua primeira vitória batendo o número 1, Griffin Colapinto, 25, na decisão inédita do “2% Crew”, como é conhecida a galera local de San Clemente, que vem se destacando neste início de temporada. A quinta etapa começa no dia 11 e o Western Australia Margaret River Pro determinará o corte na elite, de 34 para 22 surfistas no ranking masculino e de 17 para as 10 melhores do feminino. 

Os campeões nunca tinham badalado o sino do troféu mais emblemático da história do esporte, com Cole Houshmand e Griffin Colapinto fazendo a primeira final 100% norte-americana no Rip Curl Pro Bells Beach, desde o primeiro Circuito Mundial em 1976. Cole é o quarto surfista dos Estados Unidos a escrever o seu nome no troféu e na famosa escadaria com todos os campeões em Bells Beach. O primeiro foi Tom Curren em 1984 e 1990, depois Richie Collins ganhou a primeira etapa da história do Championship Tour criado em 1992 e Kelly Slater foi tetracampeão em 1994, 2006, 2008 e 2010.

“Estou sem palavras, isso é inacreditável”, disse Cole Houshmand“Tenho sonhado com isso todos os dias nas últimas semanas, de tocar o sino, e consegui. Meu maior objetivo era passar pelo corte (na elite) para competir em Fiji e agora já posso buscar um objetivo maior. O ano realmente começa agora. Eu disse ao Griffin que isso era o que sonhávamos desde crianças, de fazer uma final no CT juntos. Não é sempre que você consegue fazer uma final com seu melhor amigo, então este é, provavelmente, o melhor dia da minha vida”.

Griffin Colapinto, Cole Houshmand, Caitlin Simmers e Johanne Defay. Foto: @WSL/Aaron Hughes.

A jovem californiana de 18 anos de idade apenas, Caitlin Simmers, também comemorou bastante a quarta vitória em sua segunda temporada na elite do CT, na onda surfada nos últimos segundos: “Neste esporte, você sempre tem que acreditar em si mesma, porque essas coisas acontecem. Foi incrível e nem consigo acreditar. Competir em um nível tão alto, você precisa descobrir maneira de ter uma vantagem e é incrível conseguir a vitória aqui. Essa onda é muito difícil e nossa, ser a número do mundo é ótimo. Só espero conseguir levantar o sino (risos)”.

O californiano Cole Houshmand chegou na Austrália em 27.o lugar no ranking, abaixo da linha do corte na elite. Somente os 22 primeiros colocados e as top-10 seguirão disputando o CT depois de Margaret River, com vagas já garantidas para 2025. Com a vitória no Rip Curl Pro Bells Beach, Cole tirou a oitava posição e o posto de melhor estreante da temporada, de outro companheiro do “2% Crew”, Crosby Colapinto. Os irmãos Colapinto carregaram o amigo pelos ombros até a famosa escadaria de Bells, depois da divulgação da nota da onda surfada pelo Griffin no último minuto. 

Essa foi a segunda final consecutiva do Griffin Colapinto nas quatro primeiras etapas do CT 2024. Semanas atrás, ganhou o MEO Rip Curl Pro Portugal em Supertubos. Agora, poderá repetir seu feito do ano passado, quando decidiu os títulos de três etapas seguidas, todas contra surfistas do Brasil. Perdeu o do Margaret River Pro para o Gabriel Medina na Austrália, venceu o Italo Ferreira na final do Surf Ranch Pro na Califórnia e foi vice-campeão contra o Filipe Toledo no Surf City El Salvador Pro.

Cole Houshmand foi o primeiro goofy a vencer em Bells desde Italo Ferreira em 2018. Foto: @WSL/Ed Sloane.

FINAL AMERICANA – Cole Houshmand já vinha se destacando desde quando ganhou de virada do tricampeão mundial Gabriel Medina na terceira fase, na onda surfada no último minuto. Depois passou pelo japonês Kanoa Igarashi e nas quartas de final barrou o defensor do título do Rip Curl Pro Bells Beach, o australiano Ethan Ewing. Na quarta-feira, derrotou o sul-africano Matthew McGillivray nas semifinais e o Griffin Colapinto fez a melhor apresentação do dia contra o indonésio Rio Waida, para confirmar a primeira final 100% norte-americana no icônico pico de Bells Beach.

O estreante Cole Houshmand largou na frente, com nota 7 na primeira onda que surfou na bateria. Quando o Griffin Colapinto conseguiu sua maior nota, 6,93, ele respondeu com 6,50 e a expectativa ficou para as ondas que os dois surfaram no último minuto. O Griffin veio na da frente precisando de 6,58 para vencer e fez uma série de batidas e rasgadas. O Cole também surfou mais uma e os dois se abraçaram na beira do mar, sem saber as notas ainda. A do Griffin saiu 5,87 e Cole Houshmand foi consagrado como novo campeão do Rip Curl Pro Bells Beach, por 13,50 a 12,80 pontos. 

“Isso foi especial. Você sempre quer vencer, principalmente numa final, mas não quero estragar esse momento e estou muito feliz pelo Cole”, disse Griffin Colapinto“Nós surfamos juntos desde os 10 anos de idade, então é muito louco estar aqui em Bells fazendo uma final com ele. Eu sinto que todo o nosso time de San Clemente está ganhando força e se posicionando bem no circuito, o que é muito bom. Vamos ficar todos juntos em Margaret River também então será legar ter os dois troféus de Bells lá, um ao lado do outro”.

Griffin Colapinto seguirá competindo com a lycra amarela de número 1 da WSL. Foto: @WSL/Ed Sloane.

Cole Houshmand foi o oitavo “goofy” a vencer o Rip Curl Pro nas 46 edições disputadas desde 1976, surfando as direitas de Bells de backside, ou seja, de costas para as ondas. O sétimo foi o brasileiro Italo Ferreira em 2018, quando também festejou a sua primeira vitória em etapas do CT, badalando o sino de um dos troféus mais desejados do esporte. Na decisão do título feminino, as duas finalistas tinham posicionamento “regular”, então surfaram de frontside, de frente para as direitas de Bells. 

FINAL FEMININA – A francesa Johanne Defay vinha de vitória no MEO Rip Curl Pro Portugal e abriu a quarta-feira derrotando a costa-ricense Brisa Hennessy, para chegar em sua segunda final consecutiva, assim como o Griffin ColapintoCaitlin Simmers venceu a primeira etapa do CT com uma apresentação épica nos tubos de Pipeline e passou pela campeã mundial Caroline Marks na segunda semifinal. A jovem californiana de Oceanside, de apenas 18 anos de idade, também foi a campeã do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema no ano passado.

Como a líder do ranking, a australiana Molly Picklum, perdeu nas oitavas de final, Johanne Defay já tinha assumido o primeiro lugar e Caitlin Simmers aparecia em segundo. A final do Rip Curl Pro Bells Beach decidia a liderança do ranking e a lycra amarela para competir no Western Australia Margaret River Pro. A francesa bem mais experiente com seus 30 anos de idade, ficou na frente durante toda a bateria. Primeiro com duas notas na casa dos 4 pontos, que trocou por 5,67 e 5,93. 

Caitlin Simmers conquistou sua segunda vitória no ano e lidera o CT 2024. Foto: @WSL/Aaron Hughes.

A californiana entrou na briga bem depois, numa boa onda que valeu 6,10, para somar com o 4,87 que tinha recebido na melhor até então. Caitlin ficou precisando de 5,50 e no último minuto, fez a Johanne usar sua prioridade de surfar a onda, com a vitória praticamente garantida. Só que entrou outra e a norte-americana pegou quando restavam 4 segundos, já atacando forte no outside, conectou e seguiu fazendo rasgadas e batidas até a beira. Ficou o suspense pela nota e ela saiu 6,67, virando o placar para 12,77 a 11,60 pontos, com Caitlin Simmers entrando na lista das campeãs do Rip Curl Pro Bells Beach.

“Foi incrível chegar na decisão e estava me sentindo bem na bateria. Pena que cometi esse erro no final”, lamentou Johanne Defay“Acho que surfar é isso, você está no oceano e não existe certeza de nada. É o que é, tenho que engolir essa, mas também estou feliz por ter ficado em segundo lugar. É especial saber que sou a primeira surfista da França a chegar numa final em Bells Beach”.

SELEÇÃO BRASILEIRA – Após o encerramento do Rip Curl Pro Bells Beach, todas as atenções agora ficam no Western Australia Margaret River Pro, onde serão definidos os 22 homens e 10 mulheres que seguirão disputando o CT 2024 até o fim da temporada, já com vagas garantidas na elite de 2025. As duas surfistas da seleção brasileira da WSL estão no grupo das top-10, mas ainda terão que confirmar suas permanências em M-River. Tatiana Weston-Webb está em sétimo no ranking e Luana Silva no perigoso nono lugar.

Johanne Defay permaneceu em segundo lugar no ranking do CT 2024. Foto: @WSL/Aaron Hughes.

O time masculino tem apenas três entre os 22, todos também precisando garantir seus nomes na Austrália. O mais bem colocado é o Yago Dora em 16.o lugar, depois tem o Italo Ferreira em 18.o e o campeão do Margaret River Pro no ano passado, Gabriel Medina, mais ameaçado na 20.a posição. Outros quatro estão abaixo da linha do corte, com Samuel Pupo em 25.o lugar, seu irmão Miguel em 26.o, Caio Ibelli em 29.o e Deivid Silva em 32.o no ranking. 

A etapa de Margaret River será a quinta do CT 2024 e cada surfista descartará sua menor pontuação, ou seja, serão computados apenas quatro resultados no ranking da primeira metade da temporada. Yago DoraItalo Ferreira e Gabriel Medina, trocam 1.330 pontos da terceira fase, então tem que passar para as oitavas de final para aumentar suas pontuações. Para entrar nos top-22, SamuelMiguel Caio também precisam chegar nas oitavas de final para ultrapassar a pontuação do último na lista, o havaiano Ian Gentil. Já o Deivid Silva, só consegue isso se passar para as semifinais.

Um bom público compareceu para assistir as finais na quarta-feira em Bells. Foto: @WSL/Aaron Hughes.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO RIP CURL PRO BELLS BEACH:
Campeão: Cole Houshmand (EUA) por 13,50 pts (7,00+6,50) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Griffin Colapinto (EUA) com 12,80 pts (6,93+5,87) – US$ 40.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 32.000 e 6.085 pontos:
1.a: Cole Houshmand (EUA) 13,14 x 7,77 Matthew McGillivray (AFR)
2.a: Griffin Colapinto (EUA) x Rio Waida (IDN)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Caitlin Simmers (EUA) por 12,77 pts (6,67+6,10) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Johanne Defay (FRA) com 11,60 pts (5,93+5,67) – US$ 40.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 32.000 e 6.085 pontos:
1.a: Johanne Defay (FRA) 13,53 x 12,10 Brisa Hennessy (CRC)
2.a: Caroline Marks (EUA) x Caitlin Simmers (EUA)

RANKINGS DA WORLD SURF LEAGUE – após 4 etapas:

TOP-10 DO RANKING FEMININO:
1.a: Caitlin Simmers (EUA) – 27.355 pontos
2.a: Johanne Defay (FRA) – 27.290
3.a: Molly Picklum (AUS) – 23.020 
4.a: Caroline Marks (EUA) – 21.660
5.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 21.240
6.a: Brisa Hennessy (CRC) – 19.300
7.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 18.185
8.a: Tyler Wright (AUS) – 15.630
9.a: Luana Silva (BRA) – 14.710 e 4 vitórias em baterias
10.a: Gabriela Bryan (HAV) – 14.710 e 2 vitórias

TOP-22 DO RANKING MASCULINO:
1.o: Griffin Colapinto (EUA) – 24.440 pontos
2.o: Ethan Ewing (AUS) – 20.610
3.o: John John Florence (HAV) – 17.195
4.o: Jake Marhsall (EUA) – 16.130
5.o: Jack Robinson (AUS) – 15.980 e 10 vitórias em baterias
6.o: Barron Mamiya (HAV) – 15.980 e 8 vitórias
7.o: Kanoa Igarashi (JPN) – 15.770
8.o: Cole Houshmand (EUA) – 14.915
9.o: Crosby Colapinto (EUA) – 14.055
10: Jordy Smith (AFR) – 13.490
11: Rio Waida (IDN) – 12.990
12: Liam O´Brien (AUS) – 12.715
13: Leonardo Fioravanti (ITA) – 12.150
14: Matthew McGillivray (AFR) – 12.065 e 5 vitórias em baterias
15: Connor O´Leary (JPN) – 12.065 e 4 vitórias
16: Yago Dora (BRA) – 11.290
17: Ryan Callinan (AUS) – 11.000
18: Italo Ferreira (BRA) – 10.725 e 4 vitórias e média 13,02 nas baterias
19: Imaikalani deVault (HAV) – 10.725 e 4 vitórias e média 9,28
20: Gabriel Medina (BRA) – 10.075
21: Ramzi Boukhiam (MAR) – 9.660
22: Ian Gentil (HAV) – 9.010
——-brasileiros fora dos top-22:
25.o: Samuel Pupo (SP) – 7.310 e 3 vitórias e média 11,94
26.o: Miguel Pupo (SP) – 7.310 e 3 vitórias e média 11,33
29.o: Caio Ibelli (SP) – 6.245
32.o: Deivid Silva (SP) – 4.255
34.o: João Chianca (RJ) – 1.060
35.o: Filipe Toledo (SP) – 265

Fonte: João Carvalho – WSL Latin America Media Manager

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