Covid-19: “Perdi o controle da minha respiração”, diz surfista de Floripa com 48 anos de idade
Atleta e empresário, Leandro Adegas passou seis dias internado em hospital de Florianópolis e conta ter vivenciado várias crises respiratórias ‘desesperadoras’
Surfista desde os 8 anos de idade, o empresário Leandro Adegas, com atualmente 48, conta sempre ter mantido hábitos de vida saudáveis. Praticou de vôlei à artes marciais e ainda mantém o surfe com prática diária. No último dia 13, ele diz ter começado a sentir um cansaço extremo, seguido de dores no corpo e alguns sintomas semelhantes aos de uma gripe. Uma semana depois, já estava internado em um hospital de Florianópolis, diagnosticado com coronavírus, onde passou seis dias.
“Os meus sintomas variaram muito e fugiram dos tradicionais divulgados amplamente. Eu não tive tosse, nem falta de ar. Senti muitas dores no corpo, como se tivesse treinado excessivamente. A febre alternava, mas cheguei a um pico de 39.9° C, muita dor de cabeça, garganta arranhando e nariz fechado. Não foi uma gripe comum, foram dores absurdas, de não conseguir tomar um banho sequer“, relatou em entrevista à ÉPOCA.
Antes de os sintomas se intensificarem, Adegas teve um período de melhora, em que seguiu uma rotina normal. Mas rapidamente o quadro mudou e ele passou a seguir as orientações de um amigo médico que pediu para que tratasse a situação como se fosse a Covid-19, por precaução. O empresário fez a coleta domiciliar para testar se estava contaminado com o vírus antes mesmo de ir para o hospital.
Leandro lembra que o último sinal preocupante que recebeu foi através de um relógio esportivo, que faz o monitoramento de saúde por meio de taxas do corpo. Segundo ele, a oximetria (quantidade de oxigênio presente no sangue) apresentava no aparelho uma queda de 1% por dia. Na última medição, o nível estava em 86.
“Liguei para o meu médico e ele mandou eu ir imediatamente para o hospital. Segundo ele, com 90 de oximetria, pacientes já são entubados. Nos dois primeiros dias de internação, tive crises respiratórias muito graves, era uma sensação desesperadora. Perdi completamente o controle do simples ato de respirar, desmaiei diversas vezes por exaustão, foi um colapso desse mecanismo. Se eu estivesse em casa, sozinho, tenho certeza que estava morto“, explica o empresário.
A primeira tomografia, segundo Adegas, mostrava várias pequenas lesões nos pulmões, em decorrência do novo coronavírus. Com o avançar da doença, as lesões se unificaram em uma maior, aparente no segundo exame realizado durante a internação, quando, segundo os médicos, houve o pico da infecção pulmonar. Na última quinta-feira (02), o empresário deixou o hospital com uma melhora significativa do quadro e segue o tratamento em casa.
“No hospital, tomei um coquetel de remédios para melhorar, foram tempos difíceis. Por sorte grande, por eu fazer muito esporte e levar uma vida saudável, meu corpo conseguiu reagir à essa situação muito atípica. Não é uma gripe qualquer, não é porque a pessoa é atleta e se alimenta bem que está livre disso, sou um exemplo. A fase biológica é algo brutal e a social também é. As pessoas precisam se conscientizar, a situação é muito grave e a doença também“, esclarece Leandro.
Fonte: Época