1 de outubro de 2024

Francês leva o primeiro troféu de campeão do Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000

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(Foto: Ricardo Malaver)

O francês Gatien Delahaye, de apenas 21 anos de idade, levou o primeiro troféu de campeão do Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 surfando as melhores ondas do domingo nas esquerdas perfeitas do pointbreak de Señoritas, em Punta Hermosa, no Peru. A decisão do título foi contra o costa-ricense Carlos Muñoz, 26 anos, com ambos entrando na lista dos dez surfistas que o WSL Qualifying Series classifica para a elite dos top-34 da World Surf League. Os dois passaram por Alex Ribeiro, 29, e Marcos Corrêa, 22, nas semifinais, com os brasileiros dividindo o terceiro lugar no pódio em mais um dia de praia lotada em Señoritas.

“Nem tenho palavras para descrever a emoção que estou sentindo agora”, disse Gatien Delahaye. “Esse resultado não foi da noite para o dia. Teve muito trabalho por trás disso nestes últimos 2, 3 anos. É uma sensação incrível e quero agradecer todo mundo que está me apoiando, principalmente aos meus pais. Eu ganhei meu primeiro QS 1500 no ano passado e o meu objetivo em 2019 era vencer um QS 3000, o que já consegui aqui. Então, a primeira missão foi cumprida e vamos ver o que vem mais pela frente esse ano”.

O jovem francês também falou sobre as boas apresentações nas esquerdas de Señoritas: “Quando eu me classifiquei ontem (sábado) para as quartas de final, eu sabia que teria que mostrar todo o meu surfe hoje aqui. Eu fui criado numa esquerdinha em Guadalupe, então já estava com aquele aéreo que usei hoje no meu repertório. Mas, as ondas daqui são muito melhores do que a maioria dos eventos do QS, então também usei a estratégia de fazer batidas fortes e depois o aéreo se tivesse uma sessão boa para isso. Estou feliz que deu tudo certo”.

A grande final foi um desafio de “backsiders” nas esquerdas de Señoritas e Carlos Muñoz escolheu bem a primeira onda, que abriu a parede para verticalizar as manobras e largar na frente com nota 7,0. Gatien Delahaye conseguiu 5,67 na primeira dele e logo pegou outra para bater forte e finalizar bem a onda que valeu 5,40 e a liderança na bateria. Não estavam entrando muitas ondas e o tempo foi passando rápido para os dois competidores. O costa-ricense ficou mais ativo, remando de um lado para outro tentando achar alguma coisa, só que pegou uma onda fraca, perdendo a prioridade de escolha da próxima para o francês.

Mesmo assim, Muñoz entrou numa que Gatien deixou passar e mandou duas batidas fortes e mais duas rasgadas que valeram nota 6,07 para voltar à ponta. O francês também remou mais pra baixo para pegar uma onda boa e já começou com um aéreo rodando. Ele seguiu massacrando a esquerda com manobras de borda, até voar de novo na finalização para reassumir a liderança com 8,83. O mar parece ter acordado e a disputa pelo título ficou onda a onda, com o “pura vida” trocando o 6,07 por 6,93, porém o francês seguiu na frente até festejar a vitória no Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 por 14,50 a 13,93 pontos.

“Estou muito feliz, porém gostaria de ter ganhado, porque é a segunda final de QS 3000 que eu faço na minha carreira e não consigo vencer”, disse Carlos Muñoz. “Eu já sabia que esse evento aqui iria ser de alto nível pelo competidores que vieram para cá, então fiquei muito contente com tudo aqui no Peru. A última vez que eu tinha vindo aqui foi em 2011, era bem novo ainda. Agora cresci, aprendi bastante e estou feliz também pelo francês (Gatien), que é meu amigo e surfou muito bem. Estou já há alguns anos tentando entrar no CT e este foi um ótimo resultado para somar no ranking. Minha próxima viagem é para o Japão e espero ir bem lá também”.

O resultado dos finalistas do Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 foi bom para os dois. Ambos entraram no G-10 do QS no principal evento do WSL Qualifying Series da história no Peru. O campeão Gatien Delahaye saltou da 46.a para a oitava posição no ranking com os 3.000 pontos recebidos em Punta Hermosa. E Carlos Muñoz subiu do 33.o para o décimo lugar com os 2.250 do vice-campeonato em Señoritas. Os dois tiraram da lista o norte-americano Cam Richards e o brasileiro Jessé Mendes. Derrotado nas semifinais, Alex Ribeiro também ganhou posições no ranking, saindo do quinto para o terceiro lugar.

SEMIFINAIS – Alex disputou a primeira semifinal, que começou um pouco fraca de ondas. Isso até Gatien Delahaye achar uma que abriu a parede perfeita para ele detonar uma série de cinco manobras potentes de backside e ganhar nota 9,0 dos juízes, a maior do último dia. Ele conseguiu uma boa sintonia com as séries e logo pegou outra onda boa para aplicar uma “combination” de 14,10 pontos em Alex Ribeiro há 10 minutos do fim da bateria.

O brasileiro não conseguiu reagir e o francês avançou para a sua primeira final na temporada. Alex já ganhou um QS 6000 esse ano em Newcastle na Austrália e precisava vencer o Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 para assumir a vice-liderança no WSL Qualfiying Series. Mesmo assim, ganhou duas posições, subindo do quinto para o terceiro lugar. Já o francês tinha que passar essa bateria para entrar na zona de classificação para o CT e conseguiu, tirando o brasileiro Jessé Mendes da lista dos top-10 do ranking.

“O mar está bem difícil, é o maior de todos os dias e ele (Gatien Delahaye) conseguiu achar uma onda com parede mais longa, porque a maioria não abria tanto”, disse Alex Ribeiro. “Eu fico triste em não passar para a final, mas é isso né. Tenho que continuar trabalhando para manter a constância nos resultados e agora é focar no próximo. Foi bom porque fiz boas baterias aqui e você vai se aperfeiçoando para as próximas batalhas. Levo isso aqui como um aprendizado e agora é focar nas etapas maiores, do QS 6000 e QS 10000”.

BRASIL FORA – Na outra semifinal, o costa-ricense Carlos Muñoz também pegou as melhores ondas que entraram na bateria para tirar o Brasil da decisão do Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 no Peru. O “pura vida” foi ampliando a vantagem a cada onda para derrotar o paulista Marcos Corrêa por 13,37 a 10,43 pontos. Com a classificação para a sua primeira final no ano, Carlos Muñoz também entrou no G-10 do QS, tirando o próprio Gatien Delahaye da lista. O francês passou então a precisar da vitória para retornar e conseguiu o título no Peru.

João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

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