26 de julho de 2024

Imbituba protegida: #Fora Cattalini faz manifestação em Imbituba

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Cerca de 200 participantes do Movimento se reuniram em frente a Prefeitura para protestar contra nova tentativa de instalação de empresa paranaense em Imbituba. Prefeito se reunia com diretores da empresa no momento da manifestação

Manifestação do Movimento #Fora Cattalini, aconteceu em frente a prefeitura de Imbituba, e reuniu cerca de 200 pessoas. Foto: Arquivo Fora Cattalini.

Uma manifestação marcada há cerca de uma semana pelo movimento #Fora Cattalini, em frente a Prefeitura de Imbituba (SC), nesta terça feira (29), contra mais uma tentativa da empresa de granéis líquidos e gás, a Cattalini Terminais Marítimos – a primeira tentativa ocorreu em 2016 – mudou o transcorrer da tarde no centro da cidade.

Cerca de 200 pessoas, entre representantes de entidades de vários bairros da cidade, empresários, surfistas e população, se aglomeraram a partir do início da tarde para protestar, enquanto o Prefeito e alguns secretários municipais se reuniam com dois representantes da empresa paranaense.

Com muita música, gritos de protesto e palavras de ordem, a pequena multidão ganhou ao final da manifestação o apoio, inclusive de funcionários da prefeitura que pararam de trabalhar e se aglomeraram no paço municipal para ver e participar da manifestação.

Prefeito fala aos manifestantes

Prefeito se dirige a manifestantes. Foto: Arquivo Fora Cattalini

Antes de iniciar a reunião com os diretores da empresa, o Prefeito Rosenvaldo Júnior desceu até o saguão da prefeitura e se dirigiu aos manifestantes, bem como, assinou a carta de protesto do movimento. Da mesma forma, após a reunião, veio novamente passar tranquilidade aos manifestantes.

Tivemos a reunião com os dois representantes da empresa, ouvimos e, democraticamente, no exercício da minha função de Prefeito de Imbituba, recebemos eles. Ratificamos o meu posicionamento enquanto prefeito, como cidadão, e enquanto representante da população de Imbituba, que somos contrários ao empreendimento“, disse Rosenvaldo Júnior.

Ainda, segundo Rosenvaldo, “A empresa mesmo colocou que não havendo mudança na lei que existe, e não havendo o acolhimento da população de Imbituba, eles não querem se instalar neste clima. Eles só se instalariam num clima amigável, o que, ao que parece, não é possível“.

Cantora cria música poucas horas antes da manifestação

A inspirada cantora, Mariana Corso, escreveu ainda durante a manhã de terça feira, uma música em apoio a manifestação, que logo após solta-la nas redes sociais, foi convidada pelo movimento para cantar-la durante o protesto. De repente, a música virou hino do movimento, e todos já sabiam a letra.

Além da cantora, integrantes de outras bandas de música de Imbituba participaram da manifestação, e o cantor e músico da banda Origem, de Imbituba, Murilo Tavares, acompanhou Mariana durante a apresentação.

Entenda o caso: Pesadelo ICC ainda é vislumbrado

Em 2016, pouco antes das eleições municipais em Imbituba, uma audiência pública da empresa Cattalini Terminais Marítimos, marcada pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), na Câmara de Vereadores da cidade, foi descoberta por um grupo de moradores, dando início ao movimento #Fora Cattalini.

O movimento se expandiu rapidamente, e durante a audiência cerca de 300 pessoas impediram que a reunião acontecesse. Aos gritos e pressão do público, a audiência não conseguiu acontecer. Em meados de 2019, novamente rumores sobre uma nova tentativa de se estabelecer em Imbituba, acordou novamente o movimento.

Segundo representantes do #Fora Cattalini, cerca de mais de 300 pessoas fazem parte do movimento, e via redes sociais, jornais, rádios e em ações nos bairros de Imbituba, tentam conscientizar a população dos riscos com a instalação de uma empresa de armazenagem de graneis líquidos e gás, tão próximo ao centro urbano da cidade.

Ainda, segundo o movimento, além dos riscos de uma explosão nos terminais da empresa, que poderia lançar gases tóxicos sobre Imbituba, há os riscos com derramamentos de combustíveis e produtos químicos no solo e no mar, já que a carga seria transportada por navios até o porto de Imbituba. Casos como estes já ocorridos em diversos terminais pelo país, inclusive o da empresa em destaque, na cidade de Paranaguá (PR).

Para o movimento, encabeçado por várias entidades da cidade, inclusive a Associação de Surf de Imbituba (ASI), Imbituba pode conviver com o porto e com o turismo, respeitando seus moradores, seu meio ambiente, sem riscos que também possam espantar os turistas, como aconteceu no início dos anos 80, quando a Industria Carboquímica Catarinense (ICC), estava em funcionamento.

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