27 de julho de 2024

Maior apreensão mundial de barbatanas revela morte de 10 mil tubarões

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Ibama diz ser a maior apreensão do mundo; empresa catarinense foi autuada nesta segunda-feira (19)

Barbatanas foram apreendidas na última semana. Imagem ilustrativa. Foto: Stan Shea/IFAW

Santa Catarina foi palco da maior apreensão de barbatanas no local de origem do mundo, segundo o Ibama. Apenas uma empresa de Itajaí pretendia exportar 27,6 toneladas para a Ásia. Outra companhia, que tentava enviar 1,1 tonelada, foi impedida no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Juntos, estima ainda o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, os flagrantes equivalem a mais de 10 mil tubarões, entre eles de uma espécie ameaçada de extinção.

As 28,7 toneladas foram apreendidas na semana passada, mas a autuação da empresa de Itajaí foi oficializada nesta segunda-feira (19). As barbatanas são de duas espécies: tubarão-azul (Prionace glauca) e tubarão-anequim, também conhecido como mako (Isurus oxyrinchus), que entrou para a lista das ameaçadas de extinção há um mês.

A pesca direcionada de tubarões não é permitida no Brasil. Para fazer a captura dos animais, os barcos usavam licenças de outras espécies de peixe e atuavam com índices acima de 80% da carga permitida, contou o Ibama.

No mercado internacional, o quilo da barbatana desses tubarões é estimado em 100 dólares, acrescentou o instituto. Segundo especialistas, o consumo é comum na Ásia na gastronomia ou até na fabricação de cápsulas de cartilagem.

Para o Ibama, a operação batizada de Makaira foi a maior do mundo no local de origem. Os animais eram pescados em vários pontos do litoral brasileiro, mas principalmente na região Sul. Foram pelo menos 4,4 mil tubarões Azuis mortos e 5,6 mil Anequim, “um considerável impacto ambiental”, escreveu o órgão de proteção.

De acordo com a investigação do Ibama, os pescadores usavam espinhel, um tipo de linha com vários anzóis usado com a finalidade de pegar tubarões, algo que está em desacordo com a legislação.

“As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que causou milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção”, complementou o Ibama.

A prática, ressaltou o instituto, tem causado a diminuição drástica das populações de tubarões em todo o mundo.

Fonte: NSC Notícias.

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