26 de julho de 2024

‘Vou nadar até você’ marcou a estreia de Bruna Marquezine nos cinemas

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A produção dirigida pelo mestre da fotografia, Klaus Mitteldorf, em sua estreia nas telonas, foi lançado em 2020 nos cinemas em São Paulo, está agora nos principais canais de streaming. No filme, Klaus traz um pouco de sua experiência e de vida, e sua história no meio do surf e da fotografia, através do filme Terral com imagens, inclusive, em Imbituba e Garopaba, na década de 70. Klaus e Cristina Prochaska, atriz e uma das principais peças do filme, falam ao Surfemais como foi a concretização deste longa-metragem

O longa-metragem nacional “Vou Nadar Até Você”, que marca a estreia da atriz Bruna Marquezine nos cinemas, está disponível nos principais canais streaming desde maio do ano passado. Distribuído pela Elo Company, a obra, que integrou a seleção do Festival de Cinema de Gramado em 2019, é dirigida pelo fotógrafo Klaus Mitteldorf, que também é sócio produtor com a Norami Filmes, junto com a produtora Coração de Selva.

Gravado, propositalmente, com o pano de fundo da Rodovia Rio Santos, entre o Rio de Janeiro e o litoral paulista, ‘Vou Nadar Até Você’ conta a história de Ophelia – Bruna Marquezine -, que descobre o paradeiro de Tedesco – Peter Ketnath -, o pai alemão que nunca conheceu e com quem divide a paixão pela fotografia.

A jovem envia a ele uma carta contando sua história e decide encontrá-lo numa jornada à nado. No caminho, a pedido de Tedesco, a personagem é seguida por Smutter – Fernando Alves Pinto -, rapaz com quem seu pai possui uma estranha relação. O elenco conta ainda com nomes como Ondina Clais – ‘O Filme da Minha Vida’ -, Dan Stulbach – ‘O Vendedor de Sonhos’, e a atriz, apresentadora e jornalista, Cristina Prochaska.

Dez anos de produção, três dias no cinema: Cristina Prochaska conta um pouco da sua participação, e sobre a inspiração do longa metragem

‘Vou nadar até você’ levou 10 anos para ser produzido. No início, com o título de ‘Rio Santos’, a ideia era mostrar o quanto a via localizada entre os dois estados representou para cariocas e paulistas, principalmente, para quem já pegava onda. A trilha sonora é cantada pela filha de Klaus Mitteldorf, Luiza.

Ali também, novas fronteiras se abriram para esporte, levando surfistas da região Sudeste do Brasil, em direção, não apenas a outras praias desconhecidas dos dois estados, como também para o Norte e Sul do Brasil.

Segundo Prochaska, “Nós lançamos o filme três dias antes dos cinemas fecharem por mais de 19 meses. Perdemos o timing da estreia em um filme que levamos 10 anos construindo. Você leva anos construindo um projeto, e foi muito frustrante“. A Pandemia de Convid19 afetou diretamente a produção, bem como sua estreia.

Cristina é, além de atriz, apresentadora de televisão e jornalista, e fez parte do elenco a convite de Klaus Mitteldorf, não apenas por sua experiência, mas por ter vivido no meio da galera do surf ainda nos anos 70. Prochaska, além de surfista – uma das primeiras do país -, esteve aqui pelo sul de Santa Catarina naquela época, aportou em Imbituba diversas vezes, bem como pelas praias de Garopaba e a Guarda do Embau.

Terral: O primeiro filme de surf brasileiro deu luz ao longa

Desde Ubatuba (SP), a ideia era curtir a vida e o surf. “Saudades desse pedaço do Mundo tão importante pra mim“, conta ela sobre Imbituba. Segundo Prochaska, a ideia do “Vou nadar até você’ é reeditar o filme Terral, o primeiro filme de surf brasileiro, gravado em super 8 e também produzido por Mitteldorf, ainda em 1975.

Durante a construção da Rio Santos, houve o mix do pessoal do Rio e de São Paulo. Nós tínhamos como referência o sul. Tanto os cariocas como os paulistas, durante os festivais de surf aqui de Ubatuba, em Itamanbuca, bem como em Saquarema, no Rio de Janeiro, nos juntávamos e íamos pro Sul, primeiro Imbituba, até quando instalaram aquela industria, depois, no Rosa, na Silveira…“, conta Cristina.

Vou nadar até você é fruto do Terral. Tem cenas da gente em Imbituba. No Rosa, encalhados no fusca do Serginho Richter, e a gente na casa do Bento Xavier, e o Paulinho Sefton andando de skate… E o Ricardo Mico Sefton pedindo nossas pranchas emprestadas (risos)

Surfando até hoje, os protagonistas daquelas aventuras continuam unidos. “Eu to falando do final dos anos 70, até oitenta e poucos. A gente pegava os carros e ia pro sul. A Kombi do Bruzzi tem muita história, ih, tem tanta história. E esta turma ficou amiga, hoje todos acima dos 60 anos, o Klaus perto dos 70 anos, ainda surfando, eu ainda surfando, todos ainda surfando. Um filme ciganamente produzido… Uma caravana“, finaliza Cristina.

Klaus Mitteldorf: “Cada personagem que a gente criou tem um pouco de mim”

Klaus Mitteldorf e Bruna Maquezine, durante as gravações de ‘Vou nadar até você’.

Klaus Mitteldorf foi pioneiro e contemporâneo em tudo que fez. Desde seu trabalho com fotografia e tratamento de imagens, até sua vida e suas amizades cercada de aventuras e muita disposição. Quem, com pouco mais de 30 anos, não lembra dos anúncios da marca 775 nas principais revistas do Brasil, principalmente, voltadas para o público jovem, como a Revista Fluir, por exemplo.

Sobre o filme, ‘Vou nadar até você’, Klaus faz suas considerações principais, “Em 2009, eu e minha sócia, Patrícia Ermel, uma amiga que gostava de escrever roteiros e argumentos, a gente sentou durante um ano pra escrever a história, chamado há época de Rio Santos. E os personagens que a gente criou tem muito a ver com a minha história, com o que eu vivi. Cada um tem um pouquinho de mim”.

Mas, qual a relação que um dos personagens principais, o Tedesco, tem com Klaus, e o filme Terral? “Tedesco tem uma boa parte da minha personalidade, das minhas características, ele tinha na memória as imagens que eu fiz para o filme Terral. E com essas imagens ele nunca tinha descoberto quem eram as pessoas que ele filmou e fotografou na época que fez o documentário. Ele, então, se isolou numa casa no alto de um morro para entrevistar e conhecer estas pessoas”.

As dificuldades para gravar o filme foram enormes. Em 2011 um problema societário na produtora que abraçava o filme interrompeu as gravações. “Em 2014, 2015, chegamos a Coração da Selva. Uma produtora que assumiu a responsabilidade de fazer nosso filme, gostou do projeto, e a gente só conseguiu voltar a filmar em 2016”.

Klaus e Cristina Prochaska. Foto: Arquivo pessoal/Cristina Prchaska.

A escolha dos atores demorou meses. O Peter Ketnath teve uma experiência grande no Brasil, eu conheci no Festival de Cinema de Berlin, em 2013, e desde o começo me despertava a atenção de ser a pessoa perfeita para incorporar o personagem. O Smutter – Fernando Alves Pinto – é um cara que já conhecia há muito tempo, pessoa perfeita pra incorporar este personagem”, conta Mitteldorf.

Sobre a atriz principal, Klaus denota toda a emoção do filme, “A Ophelia, eu acabei escolhendo pela novela que a Bruna Marquezine fez na época, e achei que a idade e a ingenuidade dela, e o jeito de agir, eram perfeitos naquele momento para Ophelia. Eu fui conversar com ela um dia no Rio, num sushi, e dois dias depois ela deu o ok. E eu fiquei muito feliz com isso, pois era um filme muito mais de arte, do que um filme comercial, e ela entendeu a proposta”.

A grande sorte minha e do filme, foi ter uma atriz chamada Bruna Maquezine. Ela incorporou o papel da Ophelia tão forte e tão espirituosamente, ela ficou perfeita, que era exatamente o que precisava pra fazer este personagem. Cada personagem que a gente, eu e a Patrícia, criamos tem um pouco de mim. Cada um da sua maneira. E cada um com sua visão de mundo. Mas no final optamos em ter um personagem principal em torno do qual gira toda história: Ophelia”, conta Mitteldorf.

Queria agradecer a todos que participaram deste filme. A Ondina Clais, a Cristina Prochaska, que fez muito pelo filme, ao Peter Ketnath, que se propos a ser o produtor na parte alemã do filme, em Stuttgart, na Alemanhã, a toda equipe de produção, aos atores, todo mundo deu um a mais de si. E por isso virou um filme, simples, belo e inspirador”, finaliza Klaus Mitteldorf.

E vem mais por ai, segundo Klaus Mitteldorf: ‘Verão da Lata’

5 motivos a mais para assistir, que comprovam que ‘Vou nadar até você’ é de tirar o folego, só clicar para saber.

‘Vou nadar até você’ será apresentado em junho no FICSU, em Ubatuba (SP)

O longa será apresentado no Festival Internacional de Cinema de Surf de Ubatuba – FICSU -, no litoral paulista, atualmente o maior festival de longas, médios e curtas metragens no país. A praia Vermelha será o palco para apresentação de alguns dos melhores filmes de surf do momento, que teve sua primeira edição em 2019, voltando agora após a pandemia.

Para saber mais sobre o FICSU, clique aqui.

Filme: Vou Nadar Até Você;

Direção: Klaus Mitteldorf;

Produção: Direção da Silva;

Produção executiva: Georgia Costa Araújo;

Produtoras associadas: Norami Filmes, Mar Filmes e Fox

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