7 de setembro de 2024

Ian Gouveia vence na África do Sul e assume a liderança do Challenger Series 2024

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A decisão foi com o norte-americano Nolan Rapoza, o Brasil ocupa metade das 10 vagas para o CT 2025, Bella Kenworthy bateu Vahine Fierro na outra final e a próxima etapa é de 3 a 11 de agosto na Califórnia

Ian Gouveia carregado por Lucas Siveira e Rafael Teixeira após a vitória em Ballito. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

E deu Brasil na África do Sul, com Ian Gouveia conquistando o título do Ballito Pro apresentado por O´Neill e assumindo a liderança no ranking do World Surf League (WSL) Challenger Series 2024. O norte-americano Nolan Rapoza perdeu essa decisão, mas os Estados Unidos ganharam o título feminino com Bella Kenworthy derrotando a francesa Vahine Fierro. O Brasil agora ocupa as três primeiras posições no ranking e detém metade das 10 vagas para a elite do World Surf League Championship Tour (CT) 2025. A quarta das seis etapas do circuito de acesso é o Lexus US Open of Surfing, de 3 a 11 de agosto em Huntington Beach, na Califórnia, Estados Unidos.

“É um sentimento muito louco. É a maior vitória da minha carreira até agora e estou muito feliz”, disse Ian Gouveia“Foi uma jornada selvagem e esse título é para a minha família e para minha equipe, todos que me ajudam e sempre estão me apoiando. Estou feliz por conseguir isso para eles. Eu só quero mesmo, é estar no topo no final do ano e me qualificar para o CT novamente”.

Ian Gouveia com Nolan Rapoza no pódio do Ballito Pro na África do Sul. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

Ian Gouveia fez parte da elite em 2017 e 2018 e desde então vem tentando retornar ao grupo dos melhores surfistas do mundo. Ele usou os aéreos para conquistar a sua primeira vitória no Challenger Series. Nas duas etapas da Austrália, Ian ficou nas quartas de final, perdendo para os irmãos Samuel Pupo na Gold Coast e Miguel Pupo em Sidney. Na África do Sul, o filho mais jovem do grande ídolo do surfe brasileiro, Fábio Gouveia, passou pelo Samuca nas oitavas de final. Na segunda-feira, ganhou outro duelo verde-amarelo nas semifinais, contra Edgard Groggia, com nota 9,17 na sua melhor apresentação.

Na grande final, Nolan Rapoza largou na frente com seu ataque de backside nas direitas de Ballito, ganhando notas 5,83 e 6,00 nas primeiras ondas que surfou. Ian Gouveia também começou surfando as direitas de backside, mas o vento estava favorável para voar nas esquerdas. Na segunda onda que pegou, já buscou a rampa para mandar um full rotation perfeito de frontside, que valeu nota 7,17. Não demorou e Ian pegou outra esquerda para voar de novo e receber 5,60, que garantiu o título no Ballito Pro por 12,77 a 11,83 pontos. Isso porque Nolan Rapoza não conseguiu aumentar suas primeiras notas.

Ian Gouveia usou os aéreos para conquistar a primeira vitória no Challenger Series. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

QUATRO VITÓRIAS – Esta foi a quarta vitória da carreira de Ian Gouveia no Circuito Mundial. A primeira foi em 2016 nas Ilhas Açores de Portugal, no ano que se classificou para o CT de 2017. As outras duas foram no ano passado no Brasil, quando conquistou o título de campeão sul-americano da World Surf League, vencendo o QS 5000 Saquarema Surf Festival e o QS 1000 Circuito Banco do Brasil de Surfe na Praia de Maresias, onde ele mora em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. 

A vitória de Ian Gouveia foi a quinta do Brasil nas ondas de Ballito, que começou a sediar etapas do Qualifying Series em 2006 e desde 2022 vem sendo palco do terceiro desafio do Challenger Series. O primeiro brasileiro a vencer em Ballito foi o paranaense Jihad Khodr, na segunda edição em 2007. Depois, Alejo Muniz foi campeão em 2015, o também catarinense Willian Cardoso perdeu o título de 2017 para o sul-africano Jordy Smith, mas aí veio um bicampeonato com o paranaense Peterson Crisanto em 2018 e o paulista Deivid Silva em 2019. Agora, o pernambucano Ian Gouveia consegue o primeiro troféu de campeão do Ballito Pro valendo pelo Challenger Series.

Edgard Groggia parou nas semifinais, mas entrou no grupo dos top-10. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

DOMÍNIO BRASILEIRO – Ian Gouveia já havia tirado a liderança do ranking do Samuel Pupo, quando derrotou Edgard Groggia nas semifinais com os recordes da segunda-feira em Ballito, nota 9,17 e 15,34 pontos. O Brasil decidiu os títulos das três etapas deste ano e detém metade das 10 vagas do Challenger Series para o CT 2025. Samuel Pupo perdeu a primeira decisão da Austrália na Gold Coast e agora é o vice-líder do ranking. Alejo Muniz também não conseguiu a vitória em Sidney e ocupa a terceira posição. Além deles, tem Michael Rodrigues em sétimo lugar e Edgard Groggia fechando o grupo dos top-10. Com o vice-campeonato, Nolan Rapoza subiu para a oitava posição e tirou Miguel Pupo da lista, jogando-o para a 11.a colocação.

No ranking feminino, que classifica cinco surfistas para a elite do CT, Luana Silva também saiu da zona de classificação. Ela chegou na África do Sul fechando o grupo das top-5, mas perdeu nas oitavas de final e foi ultrapassada pelas duas finalistas do Ballito Pro. A francesa Vahine Fierro já havia tirado Luana Silva da lista, quando passou para as semifinais no domingo. Na segunda-feira, a surfista olímpica que mora no palco dos Jogos de Paris 2024 e venceu a etapa do CT esse ano em casa, nos tubos de Teahupo´o, no Taiti, derrotou Sophia Medina na primeira semifinal, por 13,40 a 11,07 pontos.

Sophia Medina conseguiu o melhor resultado da sua carreira no Ballito Pro. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

Foi a primeira vez que Sophia Medina chegou nas quartas de final no Challenger Series e também nas semifinais. Com o terceiro lugar no Ballito Pro, ela subiu da 18.a para a 11.a posição no ranking. Já Luana Silva caiu para o sétimo lugar, pois também foi ultrapassada pela norte-americana Bella Kenworthy. Com os 10.000 pontos da vitória, a californiana saltou da 13.a para a quarta posição e Vahine Fierro ficou em quinto lugar. Nenhuma das duas finalistas tinha vencido uma etapa do Challenger Series, assim como os dois surfistas que decidiram o título masculino, Ian Gouveia e Nolan Rapoza

“Estou com um sentimento muito bom, porque eu não vim para este evento esperando por isso”, confessou Bella Kenworthy, que só tem 17 anos. “Agora estou muito mais animada para o US Open, que é perto de casa, então espero poder aproveitar o bom momento lá. Quero agradecer a todos por assistirem minhas baterias, todos que estão em casa, especialmente a minha mãe”.

Vahine Fierro e a nova campeã do Ballito Pro, Bella Kenworthy. Foto: @WSL/Pierre Tostee.

PRÓXIMAS ETAPAS – Após o Ballito Pro fechar a primeira metade do Challenger Series 2024 na África do Sul, restam três etapas para definir os 10 homens e 5 mulheres que completarão a elite do WSL Championship Tour em 2025. A próxima é o Lexus US Open of Surfing apresentado por Pacífico, de 3 a 11 de agosto em Huntington Beach, na Califórnia, Estados Unidos. Depois tem o EDP Ericeira Pro vencido por Deivid Silva no ano passado, que vai rolar entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro na praia Ribeira D´Ilhas, em Ericeira, Portugal. E pelo segundo ano consecutivo, o Challenger Series será encerrado no Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, nos dias 12 a 20 de outubro na Praia de Itaúna, onde só brasileiros venceram, Gabriel Medina em 2022 e Samuel Pupo no ano passado.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BALLITO PRO:
Campeão: Ian Gouveia por 12,77 pts (7,17+5,60) – US$ 20.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Nolan Rapoza com 11,83 pts (6,00+5,83) – US$ 10.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 5.000 e 6.085 pontos:
1.a: Ian Gouveia (BRA) 15,34 x 10,76 Edgard Groggia (BRA)
2.a: Nolan Rapoza (EUA) 13,23 x 11,60 Winter Vincent (AUS)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Bella Kenworthy por 12,50 pts (6,50+6,00) – US$ 20.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Vahine Fierro com 9,03 pts (5,03+4,00) – US$ 10.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 5.000 e 6.085 pontos:
1.a: Vahine Fierro (FRA) 13,40 x 11,07 Sophia Medina (BRA)
2.a: Bella Kenworthy (EUA) 12,16 x 11,47 Tessa Thyssen (FRA)

RANKINGS DO WSL CHALLENGER SERIES 2024 – 3 etapas:

TOP-10 DA CATEGORIA MASCULINA:
1.o: Ian Gouveia (BRA) – 19.490 pontos
2.o: Samuel Pupo (BRA) – 15.865
3.o: Alejo Muniz (BRA) – 11.820
4.o: George Pittar (AUS) – 11.305
5.o: Mikey McDonagh (AUS) – 11.300
6.o: Jordan Lawler (AUS) – 10.700
7.o: Michael Rodrigues (BRA) – 9.965
8.o: Nolan Rapoza (EUA) – 9.000
9.o: Hiroto Ohhara (JPN) – 8.765
10.o: Edgard Groggia (BRA) – 8.565
——-outros sul-americanos:
11: Miguel Pupo (BRA) – 8.385 pontos
16: Deivid Silva (BRA) – 7.240
26: Caio Ibelli (BRA) – 5.620
29: João Chianca (BRA) – 4.745
39: Lucas Silveira (BRA) – 4.100
44: Mateus Herdy (BRA) – 3.300
46: Rafael Teixeira (BRA) – 3.200
48: Jadson André (BRA) – 3.100
50: Lucca Mesinas (PER) – 3.000
54: Heitor Mueller (BRA) – 2.900
59: Luel Felipe (BRA) – 2.450
69: Cauã Costa (BRA) – 1.250
77: Leo Casal (BRA) – 950

TOP-5 DA CATEGORIA FEMININA:
1.a: Isabella Nichols (AUS) – 20.830 pontos
2.a: Erin Brooks (CAN) – 19.500
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 16.915
4.a: Bella Kenworthy (EUA) – 16.445
5.a: Vahine Fierro (FRA) – 15.865
——-outras sul-americanas:
7.a: Luana Silva (BRA) – 13.020 pontos
11: Sophia Medina (BRA) – 10.055
31: Laura Raupp (BRA) – 4.100
38: Sol Aguirre (PER) – 3.300
38: Tainá Hinckel (BRA) – 3.300
43: Daniella Rosas (PER) – 2.050
48: Anne dos Santos (BRA) – 1.700

Fonte: João Carvalho – WSL Latin America Media Manager

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