27 de julho de 2024

O Elo Perdido do Surf: Qual o esporte mais antigo do mundo? – Capítulo 1

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Capitão James Cook, até então principal figura no elo pela história inicial do surf.

A mais surpreendente pesquisa feita sobre o provável e mais antigo e novo indício do esporte dos Deuses. Surfemais dá a dica: Há 8 mil anos atrás

Ainda não temos certeza de nada. Mas se, há alguns anos atrás, alguém nos perguntasse se o Capitão James Cook, exímio desbravador dos mares no século XVII, houvesse registrado em suas anotações marítimas ‘os primeiros’ indícios de algum ser humano deslizando sobre as espumas das ondas, com qualquer objeto de madeira ou afim, em alguma ilha perdida no meio do oceano, eu até acreditaria. Hoje não mais.

Há pouco mais 50 anos, alguns pesquisadores tem feito tantas descobertas em solo latino-americano, principalmente no Chile, Bolívia e no Peru, que cercam os Andes, que já se cogita mudar a história da humanidade. Entre elas, estão achados que podem ser direcionadas ao surf, e também mudar sua história até então contada.

Totora: Surf e suas raízes sulamericanas

Nativo Sulamericano descendo uma onda com uma balsa de junco de totora.

Muita gente que pega onda, já ouviu falar que o surf pode ter suas raízes no continente sul-americano. Mas nunca ninguém parou para uma análise profunda e criteriosa. Algumas surf trips, realizadas por surfistas e fotógrafos, trazem na volta indícios, como fotografias e histórias de muito tempo atrás, quando outras civilizações habitavam essas bandas.

Fotos de balsas de junco de Totora – um tipo de haste semelhante às gramíneas que crescem, em geral, nos alagadiços -, que divertem turistas em várias praias do Peru, os quais nem imaginam tamanha história que elas carregam consigo.

A grande maioria dessas balsas, ainda é fabricada por nativos que trazem técnicas milenares na fabricação destes artefatos, e não abdicam desta raridade passando para as gerações seguintes está prática. Sabem que detém um vasto e rico arquivo histórico nas mãos, e poucos que não fazem parte desta pequena e ainda existente civilização conhecida como Aimaras, tiveram o privilégio de conhecer estas técnicas.

O Elo Perdido do Surf

Thor Heyerdhal, o primeiro a realizar comprovações cientificas sobre viagens oceânicas milenares.

Dois destes privilegiados realizaram grandes comprovações históricas e científicas, através de indícios milenares, que estão sendo aos poucos desvendados. Ainda no período da Segunda Guerra Mundial, quando Thor Heyrdhall, um explorador norueguês estudioso da história Viking pelos mares Nórdicos, e atraído por indícios que a civilização Aimara – nativos da região do lago Titicaca, ao sul do Peru -, poderiam ter sido os primeiros desbravadores dos mares, veio até ao continente sul-americano, para entender que o burburinho num pequeno meio cientifico histórico, poderia ser realmente verdade.

Embarcou numa das mais ousadas e intrépidas aventuras jamais realizadas até então. Construiu junto com nativos peruanos, uma espécie de balsa de junco de Totora e madeira, o qual foi batizado de KON TIKI. Queria, então, provar que as antigas civilizações peruanas tinham tecnologia suficiente para atravessar o Oceano Pacífico, e chegar até as Ilhas Marquesas, na Polinésia. Durante 101 dias, fez aportes em desabitadas ilhas do Pacífico Sul, provando, assim, a teoria de milenares navegadores sul-americanos.

As correntes de Runbolt no meio do Pacífico Sul e a trajetória do Kontiki, primeira expedição realizada por Thor Heyerdahl.

Promoveu ainda mais três expedições, intituladas, RA, RA II e TiGRES, utilizando os ventos e as correntes marítimas que insurgiam do sul da América do Sul até o litoral Equatoriano e se lançavam em direção a Ásia e Oceania, conhecida como correntes de Rumboldt.

Foi mais além, e em tais empreitadas descobriu e evidenciou semelhanças entre a cultura polinésia e a peruana. A maior delas seria a extensa utilização de balsas muito parecidas com as que eram produzidas em solo sul americano e tinham como o diferencial o tipo de junco utilizado.

Livro Kon Tiki, onde Thor Heyerdhal conta suas experiências sobre uma de suas viagens em uma balsa de totora.

Toda esta história será contada em mais dois capítulos, para assim tentar apresentar todas as evidencias hoje existentes, relacionadas diretamente ou não, com o chamado “espor.te dos deuses’. Para o surfe nosso de cada dia são informações valiosíssimas, e poder imaginar que o esporte que praticamos –  e que poderá estar presente em alguns dos próximos Jogos Olímpicos – pode sim ser um esporte milenar.

Para acessar o Capítulo 2, clique aqui.

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